TÊNIS DE MESA DE VOLTA AOS ANOS 80?

Por: Marcos Yamada

Neste último Campeonato Mundial, a Federação Internacional de Tênis de Mesa aprovou uma modificação radical no sistema de disputas do Mundial por Equipes. Esta alteração pode levar o Brasil a jogar na 3ª ou 4ª divisão no Mundial do ano que vem.

Vocês sabiam que o Brasil em 1983 foi campeão mundial por equipes masculina da 3ª divisão?  Foi no Mundial de Tóquio – Japão, onde a equipe brasileira era formada por Ricardo, Kano, Acácio e Aristides. No mundial seguinte, em 1985, realizado em Gotemburgo – Suécia, o Brasil participou na 2ª divisão mas não conseguiu bons resultados.

Portanto uma equipe sem tradição para ser campeã mundial, teria que durar 3 mundiais para conseguir disputar o título, mas em 6 anos um atleta pode perder muito de seu potencial.

A Federação Internacional ( ITTF ) pensando neste tema inventou um brilhante esquema para dar chance a uma equipe de ser campeã mundial em sua primeira participação.

No mundial de Chiba – Japão em 1991, os 16 melhores países ranqueados da 1ª divisão eram divididos em 2 grupos de 8 (A e B) e disputavam o sistema round robin (um contra todos no grupo),  portanto cada país jogava 7 vezes, deixando o torneio bastante extenso (28 partidas de equipes em cada grupo). Nesta primeira fase as 6 primeiras equipes de cada grupo (total 12 equipes) garantiam presença na fase final (Knock-out  – eliminação simples) e as duas últimas de cada grupo caiam para a 2ª divisão (total de 4 equipes).

Portanto, na chave final de 16 vagas, 12 eram preenchidas e 4 ficavam livres para as equipes da 2ª e 3ª divisão que viessem vencendo. O Brasil com Kano, Hoyama, Kawai, Yuta e Fumihiro, quase de classificou, perdendo para a Áustria na partida decisiva.

Nos grupos da 2ª divisão (mais 16 paises) o sistema de disputa e de distribuição eram perfeitos: as 16 equipes (Brasil era 19º no ranking ) eram colocadas em 16 grupos, ou seja um em cada grupo, somados com os paises com ranking acima de 32 (resto do mundo). Na ocasião, o Brasil decidiu com a Índia, quem enfrentaria a Áustria pela vaga na chave principal da 1ª divisão. Por exemplo neste mundial, que temos 112 paises, a distribuição seria:
1ª divisão: 16 paises e os 96 restantes ficariam em 16 grupos de 6 paises cada.

O sistema é perfeito pois um país de ranking 90 poderia vencer em seu grupo, vencer 2 knock-outs e chegar a chave principal para ser campeão mundial.

O NOVO SISTEMA

Durante o último Campeonato Mundial, foi aprovado na reunião da ITTF que os paises serão divididos em 5 divisões e somente times da 1ª divisão terão a possibilidade de se tornar Campeão do Mundo.

Cada divisão terá apenas 12 equipes que serão divididas em dois grupos de 6 paises cada, disputando-se o sistema roud robin (um contra todos).

Os oito paises melhores colocados no mundial de Osaka, garantirão vaga na 1ª divisão, os demais serão avaliados pelo critério do ranqueamento dos três melhores jogadores de cada equipe.

Por isso neste novo sistema o Brasil poderá ficar na 3ª ou na 4ª divisão, dependendo dos cálculos feitos pela Federação Internacional e para subir de categoria deverá ser campeã mundial novamente como o fez em 1983.

Mudando radicalmente o sistema de disputa, a ITTF inova até na fase final por equipes:
em vez de utilizar o famoso cruzamento olímpico (1º lugar do A x  2º lugar do B e 1ºB x 2ºA) depois a final entre os vencedores, no mundial do Qatar será assim: Campeão do Grupo A x  Campeão do Grupo B – Vencedor já esta na final; vice do A x Vice do B – o vencedor enfrenta o perdedor do jogo entre os campeões para ver quem vai para a final.

Parabéns a ITTF, tudo novo mas ….. como vamos justificar a liberação de verbas para o pais jogar na divisão “resto do mundo” ?

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