DESORGANIZAÇÃO, ARBITRAGEM E TEMPORAL COMPROMETERAM COPA BRASIL EM SALVADOR

Lamentavelmente mais uma vez a organização de uma etapa de Copa Brasil deixou muito a desejar. O cume da desorganização foi atingido na Copa Nordeste de Clubes. Neste mesmo evento os árbitros voltaram a chamar a atenção (negativamente) com erros inadmissíveis. Como desfecho, no domingo, o ginásio foi completamente alagado devido a uma forte chuva que caiu sobre a capital baiana.

O 1º dia de competições em Salvador foi marcado pelo atraso nos jogos. O fato foi provocado por inúmeras falhas na tabela do evento e pela falta de árbitros no início do campeonato. Nas primeiras rodadas era possível constatar algumas mesas vazias, porque não existiam árbitros disponíveis para todas as mesas. Houve equipes que compareceram às 7h30min, para o aquecimento, entretanto, ao contrário do horário previsto para jogarem, só competiram às 14h, ou seja, apenas após o intervalo.

O maior transtorno foi observado no Adulto Masculino. Originalmente existiam 8 equipes inscritas. Às vésperas da competição mais uma apareceu. No dia dos jogos mais 3. Em resumo: ninguém conseguia saber em qual grupo estava, muito menos a que horas iria jogar. O resultado de tamanha balbúrdia foi que os atletas pertencentes às equipes finalistas deixaram o ginásio apenas por volta das 22 horas.

A CBTM, através de seu presidente, Alaor Azevedo, informou que as falhas ocorreram devido a uma falha no formulário de inscrição, que não permitia distinguir quando uma associação realizava a inscrição de duas ou mais equipes para uma mesma categoria. Informou ainda que as devidas soluções para evitar uma repetição do problema serão tomadas.

Assim como aconteceu na Copa Brasil de Fortaleza, inúmeros problemas na arbitragem foram constatados. Quase todos ocorreram na competição por equipes, onde muitos árbitros estavam completamente “perdidos” à mesa. Tomaremos como exemplo um árbitro que avisou a um dos jogadores que o telefone celular deste, deixado ao lado da mesa, estava tocando. Sem pestanejar o jogador “esqueceu” do jogo e entregou-se à conversa. Mesmo com pedidos dos jogadores adversários (eu, Mazinho, era um deles) o árbitro não tomou qualquer atitude. Apenas com a chegada da Árbitra-Geral, Srta. Mariclea Gomes, o árbitro foi repreendido e o jogo seguiu seu rumo normalmente. Noutro jogo, o árbitro desconhecia que era necessário que o saque de duplas fosse desferido da direita da mesa do sacador, para a direita do receptor. Atordoado, o árbitro questionou: “a bola precisa cruzar, é?”. Noutra ocasião, outro árbitro deu um ponto para o adversário porque o jogador ao rebater a bola tocou a mesa com sua mão (a mão da raquete). Para quem não sabe, a que não pode tocar a mesa é a mão livre. Catalogamos muitos outros erros na competição, mas, por hora,  citaremos apenas estes.

Um fato muito curioso e paradoxal ocorreu ainda no 1º dia do campeonato. Inúmeros cartões amarelos foram aplicados aos jogadores que pulavam o aparador para pegar as bolas que saiam da área de jogo. Eles, os árbitros, realmente estão corretos, pois os jogadores não podem abandonar a área de jogo sem sua prévia autorização, porém a postura enérgica e o estrito rigor legal contrastavam com o desconhecimento das normas mais singulares do Tênis de Mesa. Não me lembro de ter visto qualquer árbitro utilizando-se de seus cartões para advertir os jogadores indisciplinados (que foram vários).

No segundo e terceiro dias a arbitragem melhorou sensivelmente. Poucos erros foram observados e o evento transcorreu sem maiores problemas, porém o atraso na chamada dos jogos agravou-se na tarde do sábado. A rodada inicial do Ranking prevista para as 16 horas só ocorreu por volta das 18.

Entre a noite do sábado e durante todo o domingo a cidade de Salvador foi assolada por um verdadeiro dilúvio. O belíssimo ginásio da AABB não resistiu e foi completamente tomado pelas águas. Entre as 6 e 10 horas da manhã inúmeras pessoas, entre árbitros e funcionários da AABB, trabalharam para deixar o ginásio, especialmente o piso, em condições de jogo. Até que conseguiram realizar um ótimo trabalho, mas inúmeras goteiras ainda prejudicavam o prosseguimento da competição.

Verdade seja dita, apesar do problema já ser conhecido pela própria FBTM poucos ginásios conseguiriam resistir sem problemas a uma chuva daquelas, assim é muito difícil “incriminar” alguém por problemas causados por uma chuva tão forte. Dados divulgados pela imprensa informaram que esta foi a maior chuva que caiu na capital baiana desde o início dos anos 70.

O que causou enorme estranheza foram as palavras do Presidente da CBTM, que abriu o seu discurso de encerramento dizendo que aquele ginásio teria condições de receber um evento internacional. Enquanto alguns reagiram com perplexidades àquelas palavras outros não conseguiram segurar as gargalhadas. Perguntado sobre como um ginásio naquelas condições poderia receber um evento internacional o Presidente Alaor Azevedo afirmou que se referia ao tamanho da quadra, iluminação, arquibancadas e estrutura externa (piscinas, chalés e etc.) da AABB, mas que para receber um evento internacional o problema do alagamento deveria ser solucionado.

Realmente a AABB Piatã, local da competição, possui uma ótima estrutura. Os chalés são confortáveis, o ginásio possui ótima iluminação e o piso é muito bom. As mesas utilizadas também eram de ótima qualidade, inclusive existiam 3 mesas disponíveis apenas para aquecimento. Esperamos que os problemas sejam corrigidos, e que em 2004 só tenhamos pontos positivos a enaltecer.

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