Não fosse pelas falhas na arbitragem e alguns “detalhes” nas dependências do ginásio, teria sido exemplar a Copa Brasil realizada em Fortaleza. A participação dos mesa-tenistas foi maravilhosa e algumas partidas, sensacionais.
As mesas utilizadas no evento foram de primeiríssima qualidade e a iluminação, idem. Nem a chuva, que caiu durante todo o sábado, atrapalhou o desempenho dos atletas.
Como nem tudo pode ser perfeito, esta não foi uma Copa modelo para o Brasil. A arbitragem deixou muito a desejar. Como o terceiro Estado brasileiro que possui o maior número de árbitros cadastrados, segundo o constante nesse endereço – http://www.cbtm.org.br/arbitragem/arbitros.html – , pôde apresentar um quadro tão deficiente desses “profissionais”? Intrigante a qualidade do teste que deve ter sido aplicado aos árbitros que atuaram nessa Copa Brasil. Pelo visto, pareciam ter pouca ou nenhuma experiência e devem ter feito o curso há pouco tempo. Custa crer que tais árbitros tenham conhecimento de todas as regras do Tênis de Mesa, ou, pelo menos, de 70% delas.
Foi presenciado apenas dois árbitros olhando as raquetes dos jogadores antes do início das partidas. E muitos foram os saques irregulares, principalmente no primeiro dia do evento.
Questionada sobre o assunto, por e-mail, a árbitra geral, Sra. Mariclea Gomes, disse que os árbitros não são inexperientes, eles atuam na cidade já algum tempo, e que passou para eles a regra básica do tênis de mesa.
Complementando, disse ainda que estava ali fazendo seu trabalho, que é coordenar e orientar a equipe que conduz o campeonato, e a regra diz que é o jogador quem deve se preocupar em executar um bom serviço.
Para melhor exemplificarmos, em uma partida, ao pedido de tempo de um técnico, um árbitro disse que não o daria porque já havia sido dado tempo e só “um” tempo poderia ser dado no jogo. Porém, referido tempo fora dado no set anterior, para o outro jogador. Sob protesto do técnico, o árbitro, gesticulando como se diz “ah, tá bom, toma esse tempo”, fez justiça.
Houve, também, jogadoras que, numa atitude extremamente agressiva, durante o sábado, cerravam o punho e, olhando dentro dos olhos da adversária, gritavam “iéééé”, ao ganhar um ponto. Isso durante toda a partida, sem levar uma advertência sequer do árbitro, que apenas passava o placar. Depois de várias partidas com essas cenas a se repetirem e após serem feitas reclamações à árbitra geral, alguns árbitros, numa atitude feliz e sob orientação de superior, mudaram a atitude, passaram a advertir tais jogadoras para que vibrassem sem provocações à oponente.
Falando sobre a estrutura, é possível imaginar, durante uma competição nacional, um banheiro em que não haja portas nem papel? Senhores, acreditem se quiserem, os mesa-tenistas que necessitaram usar o toilette, tiveram de comprar papel higiênico nas proximidades e pegar emprestado um aparador para colocar em frente ao sanitário que fossem usar. Constrangedora a situação para os que por ela passaram, … e foram muitos. Que no próximo evento estejam mais atentos a esses “detalhes”.
Acerca desse assunto a árbitra geral informou que o ginásio está em fase de acabamento, e, sobre o papel, não soube dizer.
Foi realmente infeliz a escolha dos árbitros, comprometendo alguns resultados e ofuscando um pouco do brilho de grandes partidas. Espera-se que em próximos eventos haja maior cautela por parte dos organizadores a fim de que sejam escolhidos profissionais com alguma experiência.
Em contrapartida, foi brilhante e muito bonita a participação das torcidas, principalmente a do Maranhão e a de Pernambuco.
Que a próxima Copa bata novos recordes nas inscrições e que os mesa-tenistas tenham eventos cada vez mais próximos do modelo ideal, com a escolha de árbitros preparados, com conhecimento técnico suficiente para um evento nacional.
Parabéns aos participantes da Copa Brasil de Fortaleza!!!
Este artigo é fruto de uma observação pessoal da autora, feita durante o evento, sendo meramente informativo. Não tem qualquer relação com Federação da qual faz parte ou com o Clube a que é filiada, tampouco objetiva fazer reclamação formal .