Caroline Kumahara fala ao site Super Esportes sobre seu primeiro Pan

Fonte: Super Esportes

Aos 16 anos, ela deveria estar estudando para o vestibular. Mas a vida de Caroline Kumahara mudou desde 2004, quando trocou as quadras de futsal pelas raquetes de tênis de mesa. Ela abandonou as salas de aula para competir em alto nível no esporte. Como primeira recompensa, foi convocada pela Confederação Brasileira da modalidade para disputar os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no México, neste mês — ao lado de companheiras bem mais experientes: Lígia Silva, 30 anos, e Jessica Yamada, 22. O time masculino conta com Hugo Hoyama, 42 anos, e detentor de oito medalhas de ouro, que vai competir com Gustavo Tsuboi e Thiago Monteiro.

Este será um dos mais importantes carimbos no passaporte da jovem Carol, que já jogou e ganhou na Espanha, no Equador, na Itália e até na Índia. Tarefa que faz o pai, seu Massoni, ficar com o coração na mão. “Dá um aperto no peito deixar ela tão nova sair assim. Mas já estamos acostumados, faz três anos que ela leva essa vida”, conta. A filha  corre para buscar uma vaga nas Olimpíadas de Londres, como conta em entrevista ao Correio.

 

Aos 16 anos você está preparada física e emocionalmente para enfrentar uma competição tão difícil quanto o Pan?
Estou focada totalmente no Pan. É o primeiro campeonato de tanta importância na minha vida, e acredito estar bem preparada, apesar da idade.

Acreditava que fosse ser convocada? Qual foi a sua reação?
Desde o começo do ano já falavam sobre a minha convocação, era quase certeza, mas até sair a convocação oficial, fica aquela tensão. E quando saiu, todos da minha família, técnicos e eu, ficamos muito felizes. Sinceramente, parece que eu não fiquei tanto como eles, porque, para mim, foi mais ou menos natural, era para o que eu estava me preparando, e aconteceu. Mas acho que quando eu chegar a Guadalajara, sentir o clima na abertura, vai cair a ficha.

De onde surgiu seu interesse pelo tênis de mesa?
Meu pai me levou em uma escolinha porque queria que eu fizesse um esporte individual, porque antes eu jogava futsal. Comecei a brincar de tênis de mesa e, mais tarde, os treinos começaram a ficar mais sérios, e eu me apaixonei pelo esporte.

Nessa semana de treinamento o seu pai estava presente em todos os treinos. Sua família está sempre apoiando?

Meu pai faz o que for preciso para mim, leva aonde for, prepara minha água, compra as frutas para eu me alimentar bem, fica comigo em quase todos os treinos e cobra bastante. Mas é essa cobrança que faz eu sempre querer mais e mais, e, se não fosse por ele, hoje, eu não estaria aqui.

A Seleção Brasileira é formada por atletas mais velhos. Tem o Hugo Hoyama com 42 anos, a Lígia Silva com 30. Como é a convivência?
A idade é bem diferente mesmo, mas acho que já nos conhecemos e me acostumei sempre a estar convivendo com pessoas mais velhas que eu, isso ajuda no amadurecimento também.

Como é sua rotina de treinamentos?
Treino das 9h às 11h30, vou para a academia e faço o treino de equilíbrio, almoço, descanso e depois treino de novo das 14h45 às 18h e vou para a academia fazer a parte de musculação.

É muita coisa, como você faz para conciliar os treinos com a escola?
Decidi parar de estudar em julho para conseguir focar bem no Pan. E, naquele momento, eu nem tinha certeza se ia ou não. Desde o ano passado estamos viajando muito e para pegar a matéria e estudar para fazer as provas, e ir bem para passar, estava perdendo períodos de treino e era uma preocupação a mais nas viagens. Agora, com o foco só no tênis de mesa, estou conseguindo me dedicar melhor ao esporte.

O Pan era a maior ambição da sua carreira? O que você almeja depois disso?
Na verdade, eu nem pensava no Pan até uns cinco meses atrás, mas as coisas foram acontecendo tão rápido…acho que, como objetivo maior, quero atingir um alto nível e jogar de igual para igual com as melhores do mundo. Mas o próximo objetivo, além de levar a medalha de ouro no Pan, é conseguir me classificar para jogar o Pré-Olímpico e tentar a vaga em Londres.

Você é descendente de orientais. E a gente sempre vê os maiores campeões de países do oriente. Isso ajuda na prática da
modalidade?

Não sei como explicar, mas acho que no Brasil é porque a prática de tênis de mesa nos clubes de japoneses é mais comum, o que leva mais descendentes de japoneses a começar a jogar. E nos outros países é por tradição no esporte, na Coreia, Japão e China.

Quem é ela
Nome: Caroline Aiko Kumahara
Nascimento: 27 de julho de 1995
Local: São Paulo
Peso: 56kg
Altura: 1,56m
Mão de jogo: Direita
Estilo de jogo: Clássico ofensivo

Principais conquistas:
» Campeã sul-americana Infantil (2009),
» Campeã latino-americana Infantil (2009),
» Campeã sul-americana Infantil (2010),
» Campeã do Circuito Mundial Juvenil e Infantil no Equador (2010),
» Campeã latino-americana Juvenil (2010),
» 3º Lugar no Circuito Mundial Juvenil na Espanha (2010),
» Vice-campeã em duplas e 4° lugar por equipes no Desafio Mundial de Cadetes — Mundial Infantil (2010)

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