CAMPEONATO BRASILEIRO 2003 – ÓTIMAS CONDIÇÕES DE JOGO, MAS A ORGANIZAÇÃO PRECISA MELHORAR

De uma coisa os atletas que participaram do Campeonato Brasileiro de Tênis de Mesa não podem se queixar: as condições de jogo (iluminação, piso e mesas) eram de ótima qualidade, todavia as falhas na organização precisam ser corrigidas. Certamente o fato mais grave e lamentável dessa competição foi mesmo o inexplicável e arbitrário cancelamento de algumas categorias no evento de Seleções Estaduais, atitude que prejudicou principalmente atletas de outros estados.

Sem dúvidas a falha mais grave de organização observada neste Campeonato Brasileiro ocorreu na competição de seleções estaduais, onde diversas categorias (Pré-Mirim Masculino, Veteranos 50-59, Veteranos acima de 60, e todas as categorias femininas) foram canceladas apenas 2 dias antes do início da competição. O motivo alegado pela CBTM foi que o regulamento da competição exige um número mínimo de 4 equipes para que o evento seja realizado. Analisando o Regulamento Geral de Competição da CBTM, disponível em seu site oficial, não encontramos qualquer disposição que impedisse a realização da competição. O Capítulo VIII (Das Competições por Equipes) não estabelece um número mínimo de equipes inscritas para que o evento seja realizado e pelo contrário, dispõe inclusive sobre a forma de disputa quando a competição tiver pelo menos 3 equipes inscritas, logo, pelo menos, deduz-se que o número mínimo era de 3 e não de 4 equipes. Para mais detalhes, pegue aqui o Regulamento Geral de Competições da CBTM.

Independentemente da falta de amparo legal da decisão da CBTM para cancelar aquelas categorias, desde o final do período de inscrições já se sabia que algumas categorias não conseguiram atingir o número mínimo de 4, porém, mesmo assim a CBTM silenciou-se, passando a impressão que todas as categorias seriam disputadas, já que, até mesmo em seu site oficial, a relação de inscritos fora divulgada com grande antecedência. O comunicado oficial da CBTM sobre o cancelamento da competição só veio no dia 27/10, às 14 horas e 47 minutos, que em seu site oficial anunciava:

“27/10 – 14:47 :: CATEGORIAS COM MENOS DE QUATRO INSCRITOS SÃO CANCELADAS DO BRASILEIRO DE SELEÇÕES ESTADUAIS

Conforme regulamento da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, só irão participar do Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais, as categorias que tiverem quatro ou mais seleções inscritas. Sendo assim, não serão realizadas as categorias Pré-Mirim Masculino, Veteranos 50-59, Veteranos acima de 60, e todas as categorias femininas.”

A decisão da CBTM prejudicou principalmente atletas de outros estados que já se encontravam na capital paulista para participar da competição. Estas atletas tiveram gastos com alimentação e hospedagem, por exemplo, e se quisessem, poderiam muito bem ajuizar ação exigindo uma indenização e o ressarcimento pelos gastos.

A outra falha foi observada na competição por Ratings. Devido ao excesso de jogos e uma falha alegada no sistema de informática da CBTM, nenhuma categoria teve seus jogos disputados no horário previsto. Nem é necessário exemplificar o tamanho do transtorno que isso causou.

Para agilizar a realização dos jogos foi adotada uma solução de emergência: todos os componentes de um dado grupo se dirigiam à mesa e lá disputavam todos os jogos da chave de uma só vez. Com todas as súmulas e atletas à mesa, economizou-se muito tempo, pois as mesas ficavam ociosas por pouquíssimo tempo. Após os jogos da fase de classificação o atleta era dispensado, já que a fase eliminatória da competição seria disputada apenas no domingo.

Dos males o menor: felizmente a solução adotada pela organização da competição minimizou os problemas e os jogos terminaram com um atraso menor que o esperado.

Quem fez muita falta neste Campeonato Brasileiro foram as mesas para aquecimento. Com o frio daqueles e depois de ociosas horas e horas sentado na arquibancada o tempo de aquecimento à mesa, antes do jogo, era insuficiente para “desentravar” os jogadores. Falando em ociosidade, a CBTM bem que poderia estudar uma forma de entreter os atletas nestes longos períodos que são obrigados a aguardar até que seu jogo seja realizado. Fica aqui a nossa dica.

Mas também há pontos positivos da organização que precisam e devem ser enaltecidos. A melhor de todas que observamos foi a utilização de cartazes para indicação do jogo que estava sendo realizado. Os cartazes indicavam o nome das equipes que estavam jogando, a categoria e a fase da competição. Na competição individual os nomes dos atletas não eram indicados (até porque confeccionar 300 cartazes seria bastante dispendioso), mas indicavam a fase e a categoria.

Quanto à estrutura física, só devemos elogios. Piso, iluminação, mesas eram de ótima qualidade e só ajudaram no desempenho dos mais de 300 mesa-tenistas que compareceram ao evento.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *