Depois da grande campanha nos Jogos Olímpicos de 2012, quando a “equipa” por pouco não chegou às semifinais, o tênis de mesa cresceu bastante em popularidade em Portugal. Aproveitando o bom momento os portugueses se candidataram para receber o Campeonato Europeu por Equipes e conseguiram o que parecia impensável: vitória por 3×1 sobre a Alemanha e título inédito, histórico.
Marcos Freitas, o grande nome da competição, abriu caminho para vitória portuguesa com uma vitória tranquila sobre Stephen Mengel, com parciais de 11-8, 11-8 e 11-8. Na sequência Timo Boll empatou o confronto batendo sem grandes dificuldades João Monteiro por 3×0, com parciais de 11-7, 11-1, 11-8.
Ainda se recuperando de uma cirurgia dentária e escalado às pressas depois da contusão de Patrick Franziska, o nº 1 da Alemanha, Dimitrij Ovtcharov, foi mais uma vez colocado apenas como terceiro jogador. O nº 5 do mundo enfrentou Tiago Apolónia (20), que estava fazendo um péssimo Europeu (uma vitória e quatro derrotas), mas o português tinha a chance de passar uma borracha sobre o sua péssima campanha e não desperdiçou a oportunidade. Grande vitória por 3×1 (11- 7, 11-2, 11-13, 11-9).
O quarto jogo colocou frente a frente os principais jogadores das equipes. Timo Boll estava invicto na competição e já havia vencido Marcos Freitas na primeira fase, mas hoje o resultado foi diferente. Vitória inquestionável de Marcos Freitas por 3×1, com parciais de 12-10, 5-11, 11-6 e 11-9.
“É sempre bom ganhar e ser campeão da Europa pela primeira vez e em casa é um sonho. Era muito difícil, mas começamos o jogo bem e neste momento estou muito satisfeito. Analisei bem o primeiro jogo que disputei com eles e sabia como jogar. Timo sentiu mais a pressão do que eu, porque estavam a perder 2-1. O fim foi muito rápido, nem me lembro do ponto. Sei que festejamos todos juntos”, afirmou Marcos Freitas em para o canal português Sport TV.
“Estávamos no grupo da morte, estivemos praticamente fora da competição. Mas depois foi passo a passo. É uma vitória do tamanho do mundo. Os jogadores foram gigantes e merecem ser os atuais campeões da Europa. Somos uma seleção muito temida em todo o mundo, especialmente na Europa. Desportivamente é o dia mais feliz da minha vida”, afirmou o técnico Pedro Rufino.
No lado germânico, claro, lamentações e citações aos vários problemas que atingiram a equipe (problemas físicos de Patrick Franziska e Ovtcharov, e a ausência de Patrick Baum, que não pôde participar pelo falecimento do seu pai).
“Parabéns a Portugal. Eles mereceram a vitória. Os três jogadores tiveram um desempenho fantástico. Nós não tivemos a melhor preparação. Claramente estamos decepcionados, mas para nós é especialmente importante para dar um passo adiante e atingirmos um próximo nível onde seja possível atacar a China”, disse o treinador Jörg Rosskopf.
“Nós ganhamos tantas vezes no passado, mas hoje não foi o suficiente. Acho que ainda fizemos um torneio decente”, disse Ovtcharov. “Patti (Patrick Baum) teve de cancelar sua participação. Franz se machucou. Eu não deveria jogar depois de minha cirurgia, mas eu não posso simplesmente ficar sentado em casa enquanto a equipe alemã tem apenas dois jogadores para o Campeonato Europeu”, completou Ovtcharov.
Sobre o seu jogo, Ovtcharov deixou claro que não estava se sentindo bem:
“Tiago jogou muito bem, eu estava fisicamente no limite depois de tomar forte medicação durante uma semana. Eu estive mal em todas as áreas: agilidade, concentração, velocidade, posicionamento, mas não falo isso para depreciar o desempenho de Tiago. Parabéns a Portugal”.
Timo Boll lembrou a frustração de tantas vezes perder da China para saber como encarar a derrota contra Portugal:
“A sensação de estar em segundo lugar nós conhecemos em nível mundial. Para a Europa, este é agora um novo sentimento. Dói e é chato, no fim, não foi o suficiente. Nós vamos atacar novamente”, disse Boll.
Portugal impede recorde Alemão
Enquanto Portugal disputava uma final pela primeira vez, os alemães tentavam o inédito sétimo título consecutivo. Com seis títulos consecutivos, Suécia (1964, 66, 68, 70, 72, 74) e Alemanha (2007, 08, 09, 10, 11, 13) estavam empatados. Mas o recorde total de títulos europeus segue sendo sueco, por grande margem. Enquanto os alemães têm “apenas” os seis títulos conquistados entre 2007 e 2013, a Suécia conquistou o europeu por equipes 14 vezes.
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