MUNDIALITO 2003 – SUCESSO BRASILEIRO NA COMPETIÇÃO? A CBTM ACHA QUE SIM

Em matérias publicadas no seu site, a CBTM faz festa pelo “Sucesso da nova geração brasileira no Mundialito”. Mas afinal de contas, que sucesso é esse? O suposto sucesso seria embasado na classificação de tantos brasileiros para a chave principal masculina. Pena que a CBTM não informou quais os critérios bem como as circunstâncias em que tantos brasileiros se classificaram.

Normalmente, em competições do Circuito ITTF Pro Tour, a fase de classificação (Qualify), classifica apenas o primeiro colocado de cada grupo para a chave principal ou, quando necessário, ainda há um “mata-mata” após o Qualify. No Mundialito, por ter um pequeno número de inscritos, a forma de classificação é alterada, aumentando-se consideravelmente a chance de classificação.

Com a finalidade de preencher as 32 vagas disponíveis para a chave principal, o Qualify do Mundialito classificava os dois primeiros colocados de cada grupo, e ainda eram sorteados mais 4 terceiros colocados. Oficialmente, apenas 45 atletas participaram da fase de classificação, dos quais, 12 eram brasileiros. Desses, 8 entraram na chave principal e somaram-se a Hugo Hoyama e Thiago Monteiro, já pré-classificados. Logo, fica evidente que classificar tantos brasileiros para a chave principal não foi um feito tão extraordinário. Um dos representantes brasileiros na chave principal conseguiu se classificar para esta fase mesmo sem vencer um único set em toda a competição. Ele foi um dos 4 sorteados (lucky losers). Apenas dois brasileiros, Hugo Hanashiro e Gustavo Tsuboi, classificaram-se em primeiros nos seus respectivos grupos. Outros cinco, vencendo apenas atletas latinos em sua maioria, classificaram-se em segundo, e outro, mesmo em terceiro e sem vencer nenhum jogo, foi sorteado e entrou na chave principal.

O mesmo “sucesso” não foi visto na chave feminina. Seu qualify não era tão generoso e nenhuma brasileira se classificou para a chave principal.

Alguns atletas realmente tiveram uma boa participação e um bom trabalho de renovação está sendo feito, mas chamar de “sucesso” o que observamos soa como uma tentativa de mascarar a realidade, levando ao erro os mais desavisados e menos informados. Utilizar como referencial para o sucesso (ou insucesso) a classificação (ou não) para a chave principal não é a mais justa e coerente das posturas, ainda mais nas circunstâncias já mencionadas.

Depois da euforia imotivada, caiu-se na realidade. Todos os brasileiros foram eliminados e ficamos sem representantes na principal categoria do Mundialito.

A CBTM foi previamente informada sobre o conteúdo desse artigo, bem como lhe foi dado o direito de comentar algo a respeito. Até o momento da publicação não recebemos nenhuma resposta da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa.

Todas as esperanças brasileiras seguem agora na competição Sub-21, onde temos boas chances.

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