COPA BRASIL NATAL 2004: VENTO VENTANIA…

Solução paleolítica: pedras tentavam impedir queda dos aparadores

Infelizmente o caos no processo de inscrições e a ilógica formação dos grupos era mesmo apenas um pequeno “aperitivo” do que os atletas aguardavam em Natal. Mais uma vez os atletas foram obrigados a disputar uma competição num ambiente completamente inóspito. Parece mesmo que não tem jeito! Será que a CBTM e os organizadores de suas competições ainda não perceberam que o tênis de mesa é um esporte que não pode ser praticado em ambientes tão “arejados”?! O que observamos em Natal foi mais uma imensa falta de respeito para com todos os atletas e técnicos que se arriscam a participar de uma Copa Brasil.

Aparadores tremulam devido ao vento

Era quase impossível praticar o tênis de mesa naquelas condições. Lonas tentavam impedir a ventania dentro do ginásio, porém a quantidade era bem menor que a necessária para vedar o ambiente. Apenas ao meio-dia do sábado os organizadores resolveram tomar alguma atitude: mais lonas foram trazidas para tentar fechar as entradas de vento. O paliativo surtiu algum efeito e à tarde a condição já era regular. Ao anoitecer a velocidade dos ventos diminuiu bastante e finalmente a competição conseguia transcorrer satisfatoriamente.

Na manhã do domingo a ventania voltou com “juros e correção monetária”. Novamente tornava-se impossível praticar o Tênis de Mesa naquelas condições. As sucessivas quedas dos aparadores, que não resistiam aos fortes ventos, soavam como uma fatídica e interminável sinfonia. Ainda no sábado, buscando evitar as sucessivas quedas dos aparadores, os organizadores encontraram uma solução ainda mais paliativa (ou seria paleolítica?): enormes pedras foram colocadas sobre os pés dos aparadores. Alguns aparadores até não caiam mais, todavia tremulavam como bandeiras.

Árbitro levanta mais um aparador caído

Até as mesas de aquecimento eram motivo de gozação entre os atletas. As duas mesas estavam estrategicamente colocadas no local mais “ventilado” do ginásio. Além de (tentar) se aquecer para os jogos, lá os atletas também buscavam se acostumar com o vento que infelizmente também enfrentariam quando seu jogo fosse chamado.

Pelo menos de uma coisa os atletas e técnicos não reclamaram: do forte calor em Natal. Muitos até comentavam que dentro do ginásio estava “mais fresquinho” do que do lado de fora.

O atraso dos jogos, principalmente no sábado, também ajudou a esgotar ainda mais a paciência dos atletas e técnicos. No primeiro dia de competições os jogos estavam sendo realizados com atraso de quase 1 hora. Quando comparado à ventania dentro do ginásio, isso passava quase que desapercebido.

E lá vai mais um aparador ao chão…

É com enorme tristeza que escrevemos este artigo. Nossa intenção não é fazer anti-propaganda das competições da CBTM ou de qualquer Federação. O que a CBTM precisa entender é que os mesa-tenistas merecem respeito. Os atletas têm muitas despesas para participar de uma Copa Brasil e o que todos eles esperam é que a competição tenha o mínimo das condições para a prática do tênis de mesa: boas mesas, espaço adequado, piso aderente, banheiros “utilizáveis” e etc.

Esperamos que as futuras competições da CBTM não continuem a seguir este “controle de qualidade” encontrado em Natal. Recentemente a Confederação Brasileira inaugurou seu novo site e anunciou uma reformulação completa no processo de inscrições e formação das chaves para as competições. De acordo com a CBTM o processo agora será completamente automatizado. Desejamos que as novas medidas surtam algum efeito, até porque pior do que está é bem difícil ficar.

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