Marles Martins, livre de punição
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Causou enorme revolta em toda a comunidade mesatenística a agressão sofrida pelo atleta Efraim Carvalho durante o Campeonato Latino-americano Juvenil, realizado há duas semanas na Venezuela. O autor da agressão? O técnico da seleção brasileira Marles Martins. A resposta da CBTM? Uma advertência oral. O episódio se deu após a final de duplas mistas e pasmem, esta era disputada exclusivamente por duetos brasileiros! Não muito contente com o fato de “sua” dupla Efraim Carvalho/Mariany Nonaka (estes dois atletas fazem parte do Projeto Olímpico e são seus comandados na FranTT de Piracicaba) ter sido derrotada pela dupla formada por Rodrigo Kojima/Cláudia Ikeizumi, ambos atletas do Itaim Keiko-Guaru, iniciou-se um bate-boca com o atleta Efraim Carvalho, que culminou com a estúpida e irracional agressão por parte do técnico Marles Martins. A revolta foi completa entre todos os integrantes da delegação brasileira. O que se viu após a agressão foi uma verdadeira “operação abafa”. Ninguém fala abertamente sobre o caso. Nenhum atleta se dispôs a falar abertamente sobre o que houve na Venezuela.
Pela “punição” imposta pela CBTM, nossos dirigentes parecem não estar muito preocupados com o que houve, nem com a péssima repercussão, muito menos com o perigosíssimo precedente aberto. Possivelmente embalada pelo hit funk “Um Tapinha Não Dói” (alguém ainda se lembra dessa “música”?), achou por bem nossa Confederação em “punir” o técnico apenas com uma advertência oral. Vale lembrar que alguns atletas já receberam advertências públicas e por escrito no site da CBTM por um simples atraso para apresentação de treino. É facilmente compreensível porque a CBTM, mesmo num caso tão grave como este, preferiu aplicar apenas uma “punição a boca pequena”. O “Reino de Piracicaba” parece mesmo cada vez mais intocável!
Não estamos questionando a qualidade do técnico, que é reconhecido internacionalmente, e entendemos que todos merecem ser perdoados, mas a resposta da CBTM foi completamente desproporcional à agressão. O perdão íntimo é o mais importante e este o próprio atleta já o concedeu, mas uma punição administrativa séria era necessária. Torçamos que o fato não se repita, até porque, se isso voltar a acontecer com outro técnico ou atleta (principalmente se não for de Piracicaba), nossa Confederação terá uma bela batata quente em suas mãos.
Somos totalmente contra a violência, mas confessemos: seria bem “interessante” se o atleta tivesse reagido na mesma moeda. Será que a CBTM tomaria a mesma atitude de apenas “passar a mão na cabeça” do atleta?